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14 de out. de 2012



Fogo, ‘quente e frio’ nas Sete Cidades
Um incrível caso de contatismo ocorrido nas cercanias do Parque Nacional das Sete Cidades,
no Piauí, onde até as próprias sensações da testemunha foram de difíceis descrições.

Por Reinaldo Coutinho
De Teresina-PI


 
Nas fantásticas Sete Cidades do Piauí, Nordeste do Brasil, se passou o caso do senhor Manoel Mendes.

FOGO ESTRANHO - Há muitos anos conhecemos uma antiga história fenomenal, que teria se passado nos bosques das Sete Cidades do Piauí, muito antes da criação do Parque Nacional. O fato se deu com o tio de um velho funcionário, falecido há uns dois anos era o senhor Aderson Mendes, que morava num sítio, próximo ao Parque Nacional.

Nos contou Aderson que, nos anos de 1930, seu tio, de nome Manoel Mendes, durante uma caçada pelas terras que depois seria o Parque Nacional das Sete Cidades, foi acometido por uma estranha aparição. Se configurou na forma de uma reluzente mulher, que carregava consigo três esferas brilhantes, de cores azul, vermelha e verde.  

Esta enigmática dama teria atirado em seu tio a bola verde, o que provocou um frio danado. Depois a bola azul, que era quente... Mas, não precisamos continuar o relato do falecido Aderson, porque, somente em 2000 é que descobrimos que este tio dele ainda estava vivo, com mais de 90 anos. Morava em Piracuruca, cidade vizinha ao Parque. Foi aí que resolvemos procurar o ancião, para ouvir do próprio protagonista, a verdadeira história.  

Pelo relato da testemunha pudemos observar que não havia a citada mulher fenomenal, mas algo como crianças (?). A entrevista a seguir, com a testemunha deste incrível caso de contato no Estado do Piauí foi extraída do livro Arrepios e Assombrações em Sete Cidades (Teresina-PI, 2001), de autoria desse articulista. O palavreado típico foi preservado. 

 O senhor Manoel Mendes, com mais de 90 anos, narrou sua insólita experiência.

Entrevista com a testemunha

Reinaldo Coutinho: Nos conte o caso com detalhes.
Manoel Mendes: Isso faz muito tempo. Nessa época, ali pelo Riachão, dentro do atual Parque, só tinha um morador, o Chagas. Era o ano de 1933. Eu tava caçando com o João, que era meu sobrinho e afilhado. De repente, o cachorro começou a latir como se tivesse acuando alguma caça. Aí o menino me disse: Padrinho, acho que um mambira (caça) matou o cachorro. Ele tava dizendo aquilo, porque ouviu uma zoada medonha por cima do cachorro, que tava um pouco longe de nós. Aí eu disse pro menino: “Aquilo não é mambira, não. É coisa assombrada”. Aí, de uma vez, caiu um fogo em riba de nós, vindo de riba de umas pedras. Eu levava um candieiro na mão que foi pro chão. O menino também caiu no chão. Eu pelejando com o menino que tava caído, e o fogo por riba de mim. 

RC: E como era esse fogo?
MM: Era fogo encarnado, amarelo e azul...  

RC: Tinha uma mulher no meio do lugar que saía o fogo?
MM: Acho que não. Esse fogo vinha de riba de duas pedras. Lá em riba tinha uns meninozinhos, assim, como que mangando (zombando) de nós.

RC: E como eram esses meninozinhos?
MM: Era assim, como quando a gente vai batizar, menino bem miudinho, tudo de roupinha branca, tudo de bonezinho. Eles ficavam passando, assim, de uma pedra para outra, assim, como se tivesse achando graça do meu vexame.

RC: E esse fogo era quente ou frio?
MM: Era quente, frio e pesado demais. Era encarnado, de toda cor...Chegava até nós como se fosse uns tufos, umas bolas... Dava um negócio esquisito na gente. Eram bolas do tamanho de um pote...

RC: E o que o senhor fez?
MM: No desespero, eu saquei uma peixeira e quando lá vinha mais um fogo na minha direção, eu furei ele. Aí, foi fogo pequeno pra todo lado. Aí, parece que as coisas morreram. Os fogos pequenos foram sumindo e não apareceu mais nenhum dos grandes. Também os bichinhos que riam da gente sumira de riba das pedras. Aí tudo voltou pra santa paz de Deus.

RC: E o seu sobrinho, o que aconteceu?
MM: O tempo todo ele tava no chão, desfalecido. Alevantei ele e botei no ombro e carreguei até chegar em casa, depois de muito sofrimento. Ele só foi tornar no outro dia, mas passou mais uns dois sem falar, de tão apavorado que ficou.

RC: Seu Manoel Mendes, o que o senhor acha que era isso tudo
MM: O povo diz que era ouro enterrado. Mas acho que não. Sete Cidades tinha muitas coisas medonhas nos tempos antigos...

INCÓGNITAS - Há décadas este estranho caso é corrente na região de Sete Cidades. Através da entrevista com o ancião, esclarecemos que não foi uma mulher fenomenal que atirou as bolas chamegantes, mas sim crianças (?) zombeteiras.

O senhor Manoel é uma pessoal de ilibada reputação na região. O sobrinho João, que o acompanhava, sempre contou a mesma história, antes de sua morte, há muitos anos.

O que seriam mesmo estes "meninos"? O que estavam fazendo? O que e porque atiraram as bolas chamegantes nos dois caçadores? Observem que as bolas multicoloridas eram frias e quentes, e pesadas! E dava um negócio esquisito neles. 

Creio que jamais saberemos realmente o que se passou naquela caçada de Seu Manoel e do João em 1933.

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